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sábado, 15 de agosto de 2009

Beijos carinhosos do meu pai Claudinho


Ah, eu demorei pra achar um título digno para este post, mas esse eu adorei.

Olhando as recordações de meu pai (que são tão poucas em coisas materiais), achei as cartinhas dele, e sempre, em todas elas, ele assinava “Beijo carinhoso do seu pai Claudinho”.

(foto das cartas e dos brincos que ganhei do meu pai e seus óculos que Eli me deu)

Era um Claudinho de 1,80 que detestava ser chamado de Claudio, e realmente, não combinava com o espírito jovem do meu pai.

Há um ano atrás eu enterrava meu pai, tudo bem que essa é a ordem da vida, seria mais complexo se fosse meu filho, porque fazemos idéia do ciclo da vida.

É claro que dói ao lembrar das boas lembranças, dos passeios pelo centro da cidade, das conversas e desabafos. Enfim. Mas, são mais vivos em minha memória o sofrimento de meu velhinho numa cama de hospital.

Em resumo a história:

Aos meus dois anos de idade, por volta de 87, meu pai se separou de minha mãe. Foram anos de tribunal, advogados e psiquiatras numa briga incansável entre os dois. E que deram sequencia há outros longos anos sem saber quem era meu pai, e se eu o encontrasse na rua não saberia dizer quem é, pois as fotos que eu paquerava eram muito velhas.

Anos mais velha, encontrei meu pai sentado no sofá da casa da minha vó, os olhos dele brilhavam mais que o sol, e sem gaguejar eu o chamei de pai, eu não me via chamando outra pessoa por esse título, e o guardei por anos.

Ele era tão paizão, que até para ir embora, ele pensou em proteger seus filhos. São três de sangue, mais 2 de amor, e outros muitos de coração.

Nunca fui em um enterro de uma pessoa já adulta e doente tão cheio quanto foi o do meu pai. Também, um homem que levava a todo lugar que ia um sorriso lindo e um carinho imenso.

Não desejo nem ao meu pior inimigo os últimos dias de meu pai. Guardo, e sem querer guardar, cenas tão fortes, que me ajudam no consolo de que a partida seria seu melhor caminho.
Ele sabia tanto que estava fazendo, que reservou pra mim um homem que me acolheria em diversos e difíceis dias da minha vida, e que em silencio sabe acalmar meu coração em situações que penso que perdi meu rumo.

Meu pai fez de tudo para eu não desistir de vc Kauê, sábio mesmo, não?

No dia 14 de agosto de 2008 às 4 e pouca da madrugada, recebi a difícil tarefa de avisar para minha avó e minha irmã a notícia que meu pai, definitivamente, descansava em paz. Sim, fui forte porque meu pai me ensinou direta ou indiretamente a ser uma mulher melhor.

E me orgulho em ler um trecho da carta dele em que dizia: “Você se tornou exatamente a moça que eu sabia que iria se tornar... Mas sei que continua minha sapeca”

Há um ano atrás escrevi o texto abaixo, não trocaria uma virgula.


A partida

Eu conheci “Claudinho” sorrindo, sempre!, com os olhos brilhando, a voz calma, serena, passando um ar de tranqüilidade e amor, mascarando, às vezes algumas angustias naturais.
Aprendi com ele que a vida leva e traz pessoas, e que é preciso valorizar cada uma delas, sem medir esforços.
E que às vezes precisamos dizer o que sentimos, antes que seja tarde demais.
Aprendi que a vida é uma pequena-longa viagem, e estamos sim a passeio.
Aprendi a dar valor às coisas que nunca tinha dado.
Aprendi a perdoar, amar e ajudar.
Aprendi a dançar dança de salão, e a escutar samba com outros ouvidos.
Aprendi que coca-cola e chocolate relaxam e agitam ao mesmo tempo.
Aprendi a ter esperança, força e perseverança, e que realmente, vim na terra para ter paciência.
Aprendi que meus irmãos, minha avó e minha família são tudo em minha vida.
Aprendi que cigarro não faz bem.
Aprendi que amar não é estar do lado, mas ter a certeza de que quem se ama está bem e feliz.
Aprendi a dizer MEU PAI sem vergonha e nem medo.
Tudo isso talvez, tarde demais!
Cada pessoa que passa em nossa vida, não passa por acaso.
Devemos aprender com elas, e ama-las intensamente.
Esse anjo que me ensinou tudo isso e mais um pouco, hoje agita os céus com seu brilhante jeitinho e olha por cada um de nós. (provavelmente nos brigando também)
Foram poucos e intensos anos, que guardarei em minha memória, como a mais bonita das lembranças.
E assim, paciente como fomos no passado, serei ainda mais, para te encontrar no futuro.
Mas com a certeza de que te amo cada dia mais, pois sei que onde estiver, está em paz e feliz.
Sua filha Sapeca. (e eu também nunca irei me cansar de dizer isto.)


E pra terminar esse imenso post, a cantora que ele mais gostava.


Eu amo essa musica > http://www.youtube.com/watch?v=2qqN4cEpPCw&feature=related


Mas a que ele mais gostava era essa > http://www.youtube.com/watch?v=tMCbgRHspcs


A sapeca do meu pai.



terça-feira, 23 de junho de 2009

Touch

Só um adendo, apesar de tudo que expliquei no post anterior, não sou fã de ganhar flores. Acho chato eu receber um presente que vejo morrer aos poucos, além de me dar a péssima lembrança de velório.

E neste post também nem vai rolar algo parecido com aquelas máquinas mega modernas e cheias de tecnologia que vc toca na telinha e ela faz o que vc quiser.
Esse toque é outro, é um que tem me acompanho há um bom tempo. "
Transtorno obsessivo-compulsivo ou TOC". E quantas vezes falei que tinha TOC e teve gente que me olhou com uma cara do tipo "gente, essa menina é doida! Tão novinha..."

E então depois de 5 anos de um namoro maçante, conturbado, com um fim um tanto quanto complicado, resolvi colocar à tona todos os problemas do passado no meu colo e além de chorar por eles, achar que a vida era totalmente sem sentido.

É, eu também pensei isso, "Puta que merda eu falei hein!?". Mas essa frase veio só depois que conheci Kauê. Mas antes dele passei por algumas seções de psicologia, e era exatamente aí que eu queria chegar. Numa dessas conversas com a minha psicóloga ela me disse quando me viu lavando as mãos: "Erika, vc já reparou que tem TOC?"

Eu nem sabia o que era isso, como poderia imaginar que eu tinha?

E logo depois, uma ex chefe me questionou porque eu testava 3 vezes a porta antes de sair do escritório.

A partir desse momento todas as minhas manias foram aparecendo, coisas que eu nem imaginava que fazia. E uma delas bem engraçada descobri no almoço de domingo, que limpo todas as tampas de xampu, hidratante, etc.

Claro que existem casos em que o TOC chega a ser uma doença e deve ser controlado com remédios. O que, segundo a médica, ainda não é o meu caso se eu souber me controlar.
E segundo ela, isso tudo é por conta de ter sido criada por uma pessoa bipolar (minha mãe!). Legaaal!
Bom, pelo menos já não testo a porta tantas vezes quando saiu de casa, testou uma única vez, e me digo com toda certeza: "Tá fechada sim!".

E se eu parar para pensar, eu gosto de limpeza, mas não preciso lavar minhas mãos tantas vezes (calma, eu não sou daquelas que lava até sangrar), mas também não sou obrigada a ficar com a mão suja, ou usar um ketchup todo babado na tampa que além de vc nem conseguir enxergar o furo, a crosta ainda é durinha.

Viu, não é só TOC, é também nojinhu de coisas anti-higiênicas!

E vc? Será que tem TOC? Tente por começar a listar as suas manias!!!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Porque de tantas flores

Sempre chamo de flor as amigas que mais gosto. No começo, na verdade, era porque sempre me esquecia os nomes das pessoas, ou era algum tipo de preguiça que vinha do nada.
Mas aí entre o ir e vir das flores, achei um texto bem bonito sobre jardins:

"...Apaixonar-se é um exercício de jardinagem: arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, espere, regue e cuide.
Terás um jardim.
Mas esteja preparado porque haverá pragas, secas ou excesso de chuvas.
Se desistir, não terá um jardim.
Terá um descampado....
Apaixone-se!"

Daí, se parar pra pensar, a vida é um imenso jardim. Entre amigos, namorados, clientes, chefes e afins, tudo há a necessidade de se tratar com cuidado e delicadeza, antes que se despedace lindas pétalas.

'Um belo dia resolvi mudar', e assim como em uma música, ousar. Sempre quis ter um blog, mas achava que não tinha cultura e nem dissertação o suficiente. Foi quando li um outro texto, em algum lugar, de um bom escritor (que tb não me recordo qual) que dizia que seu amigo não tinha um blog por 'achar' que não sabia escrever. Taí, me identifiquei e parei pra pensar por que não ter um blog.

Ok, ok, não espere que saia daquí versos e poesias de minha autoria, nem mesmos palavras de tamanho glamour. Como no filtro solar, meus 'conselhos não tem outra base confiável além de minha própria experiência errante', e ainda tão jovem.

Enjoy!